quarta-feira, outubro 29, 2008

Estrada de Luas






Na estrada pejada
de Luas, pelejam pela
vida os exilados do sol
os viajantes do medo
perante a crueldade insensível
da noite e do seu árido
deserto de amor.

domingo, outubro 26, 2008

Revista relâmpago nº 22


Nº 22 da Revista Relâmpago, dedicada a Eduardo Lourenço, a ler:


quinta-feira, outubro 23, 2008

Janela

Tu, janela de convento,
és o ser e o deixar de ser.
És açucena - atrevimento,
branco de voltar a nascer.

Abro a janela
respiro
e nasço.
Sufoco.morro
e cheiro uma flor
vestida de branco
de voltar a nascer.


José Costa e Silva, "in O Último Poema"
Um Poeta do Poesis

segunda-feira, outubro 20, 2008

Uma Poetisa do Poesis

Saudade



Sentir que a vida
não passa sem nos tocar
levemente a pele, sem nos fazer
compreender o azul. A vida
não deixa passar momentos em branco
onde não haja memória. É meiga,
doce e parece eterna a vida
quando nos deixa este cheiro
no corpo e este sabor na boca!




Cris Madureira - Poesis

sexta-feira, outubro 10, 2008

Lançamento do Livro do Poeta Albino Santos

Lançamento do livro "MADRUGADA SEM FRONTEIRAS”

de
Albino Santos



Local: Baguim do Monte

(visite este site)
http://www.as-poliedro.blogspot.com/
PROGRAMA

17,15H - RECEPÇÃO AOS CONVIDADOS -
INTERLÚDIO MUSICAL COM A SOLISTA DE HARPA, PROF. ELEONOR PICAS
17, 30H - APRESENTAÇÃO DA OBRA E AUTOR - DR. JÚLIO COUTO
18,00H - LEITURA DE POEMAS - MARIA MAMEDE E FILOMENA GONÇALVES
18,15H - BREVE INTERVENÇÃO DO AUTOR E SESSÃO DE AUTÓGRAFOS
18,45H - PORTO DE HONRA
19,15 - ENCERRAMENTO

Prémio Nobel da Literatura




"Escritor da ruptura e da aventura poética", foi o distinguido
SÉRGIO ALMEIDA
Indigitado há anos para o Nobel da Literatura, Jean-Marie Gustave Le Clézio foi finalmente o escolhido da Academia Sueca. O anúncio só foi surpreendente devido ao 'timing', já que, ao contrário de outros anos, Le Clézio não era um dos favoritos.
Vinte e três anos depois de Claude Simon, o Nobel da Literatura voltou a premiar um escritor francês. É certo que Gao Xingjian, distinguido em 2000, possui nacionalidade francesa, mas tal deveu-se à perseguição de que foi alvo no seu país, a China. No entanto, J.M.G. Le Clézio está longe também de ser o produto de uma só cultura Viajante incansável, o escritor não tardou a trocar a Nice natal por destinos mais remotos, como a Nigéria, Banguecoque, Estados Unidos ou México. Uma espécie de busca pelo paraíso perdido que os seus livros reflectem na perfeição.
No breve comunicado que justificou a atribuição, o porta-voz da Academia Sueca destacou "o escritor da ruptura, da aventura poética e da sensibilidade extasiada" que se assume como "o investigador de uma humanidade rara debaixo da civilização reinante".
Nos mais de 50 títulos escritos ao longo de uma carreira literária com 45 anos que se espraia pelo romance, ensaio e até livros infantis, há ideias recorrentes: a viagem, o exílio, a íntima harmonia com a Natureza e a nostalgia dos mundos primitivos estão entre as principais. A forte pulsão que percorre estes textos, a par do interesse por culturas díspares, levou-o a ser apodado de "escritor nómada", "índio citadino" ou "panteísta magnífico".
Tolhido pela surpresa com o anúncio, Le Clézio foi parco em palavras, embora tenha confessado sentir-se "emocionado e sensibilizado". "Como qualquer prémio literário, este representa tempo ganho", completou.
Por maior visibilidade que o prémio agora outorgado possa atribuir-lhe, Le Clézio, de 68 anos, é um consagrado de longa data. Logo com "Le procès-verbal", romance que publicou aos 23 anos, conquistou o prémio Renaudot. Em 1994, a revista "Lire" elegeu-o "o maior escritor vivo da língua francesa", mas o próprio Le Clézio confessou que teria sido mais justa a atribuição a Julien Gracq.
Questionado sobre as suas expectativas quanto ao impacto do prémio, o autor, de nacionalidade francesa e maurícia, diz esperar apenas que os romances continuem a merecer a preferência dos leitores, pois "são uma forma excelente de interrogar o mundo actual".
A entrega do prémio e o correspondente cheque superior a um milhão de euros está marcada para 10 de Dezembro, mas, já este mês, no dia 25, o autor do recente "Ritournelle de la faim" (ainda não traduzido para português) desloca-se a Estocolmo para receber o Prémio Stig Dagerman, com o qual foi agraciado em Junho.


segunda-feira, outubro 06, 2008

Soneto de despedida



"
A notícia chegou, bateu-me à porta,

mal abri o correio das mensagens:

Era dura. De luto. Negra. Forte.

Tinha o peso da noite e da voragem.


Tinha o aceno do adeus, do até sempre,

e carregava doridos os sobrolhos.

A notícia trazia o lamento

da morte que mordia os nossos olhos.


Como dói a partida de um amigo

que se foi, nos deixou sem o pascigo

de dois dedos de conversa, sem contacto.


Mas um amigo não morre, só se ausenta:

e passado o cabo das tormentas,

sai da boca de cena (e do teatro).



Domingos da Mota


(logo após ter recebido a notícia do falecimento do Doutor Fernando Peixoto, poeta, homem das letras e do teatro, e amigo, com os meus sentidos pêsames a toda a sua família)"

sábado, outubro 04, 2008

Um óbito para sempre: FERNANDO PEIXOTO *25 de Julho de 1947 +03 de Outubro de 2008


A morte é o destino de todos nós, a transição, mas há algumas que nos marcam para sempre:

A do Meu Amigo Fernando Peixoto é uma dessas, com ele se foi um resrvatório inigualável de cultura total, solidariedade, amor, humanismo. Poeta, Historiador, Teatrologo, Escritor, Professor, Político, Preso Político, tudo ou muito pouco se pode dizer em palavras, mas muito em admiração, o meu pleito aqui fica:


Rosas Sobre ...

"Hoje o Chave da Poesia faz uma homenagem especial ao Historiador, Teatrólogo, Escritor, Professor e Poeta, Doutor Fernando Aníbal Costa Peixoto que partiu de nosso convívio, deixando aqui, a marca de uma Poesia inigualável, fragmentos de sua alma e de seus sentimentos. A este Grande Homem, Parceiro e Amigo, toda admiração. Apresentamos seu último poema que aconchegado neste espaço, mantém Viva sua Lembrança e Eterniza a Saudade... Sylvia Cohin
« RE-PARTINDO... »

Fernando Peixoto

Sei que contigo vão partir
memórias de um tempo partilhado,
dias breves que hoje são passado
e podiam no entanto ser porvir.
Sei que levas na bagagem a lembrança
dos olhos nimbados de tristeza
mas também o brilho da bonança
que alimenta a tua natureza.
Mas se partes, apenas uma parte
vai contigo rasgando o mar e o vento:
que outra parte de ti já se
repartena minha memória e pensamento.

24 de Agosto de 2008

FERNANDO PEIXOTO
*25 de Julho de 1947
+03 de Outubro de 2008
Vila Nova de Gaia - Portugal "

Retirado do blogue: http://chavedapoesia.blogspot.com/

Um Poeta não morre é Uma Estrela a Voar no Firmamento- Ao meu Amigo Fernando Peixoto



"Que o século XXI nos encontre de mãos dadas saudando o Homem Novo, o Novo Sapiens: o Homo Ethicus!"
Fernando Peixoto


A ti meu irmão deixo o meu pleito: Se a vida te consumiu, consumiste tudo da vida, pleno de vida e de afirmações, lutador, amante, poeta errante, professor, um destino das alturas.

Quem contigo privou deixas hoje a tristeza de não mais te poder ouvir as sábias e doutas palavras, o exemplo de uma vida comprometida (no longíquo 25 estavas preso em Peniche!), de uma alma cósmica.

Morreu o homem, todos os homens morrem, não feneceu o poeta ele vive em nós.


Até sempre: