sexta-feira, setembro 25, 2009



"Portanto, até que possamos estar preparados
para contemplar a suprema sabedoria
divina, a nossa personalidade-alma deverá
ser aperfeiçoada no cadinho da Noite Negra
da Alma, período em que é comum experimentarmos
toda a sorte de fracassos; nosso
dia-a-dia transcorre numa seqüência de
frustrações; planos determinados com
inteligência e perseverança estarão eivados
de incertezas e obstáculos. A visão e a
expectativa do futuro parecerão toldar-se
nas águas da incerteza e da depressão, e
experimentamos um profundo desânimo."


por
FRANCISCO RODRIGUES DE FREITAS, FRC*

segunda-feira, setembro 21, 2009

Por Tráz do Espelho










Há sítios, como aquele pedaço de parede a que se encoste um espelho, que, embora existam, estão mesmo à beira da absoluta irrealidade, a qual de tal maneira neles mergulha às vezes as raízes que quase os diríamos definitivamente transportados para o lado de que só deus pode apreender a luz.


Luís Miguel Nava

domingo, setembro 20, 2009


Um livro a ler sobre um dos nossos Filosofos e pensadores do século XX, mais proeminentes, Eduardo Abranches Soveral



















Tudo foi dito antes que se dissesse.

O vento aflora vagamente a messe,


E deixe-a porque breve se apagou.


Assim é tudo - nada. Bebe e esquece.





Na eterna sesta de não desejar


Deixa-te, bêbado e asceta, estar.


Lega o amor aos outros, que a beleza


Foi feita só para se contemplar.





Fernando Pessoa, 24-02-1933

quarta-feira, setembro 16, 2009




"um desejo de exprimir o que entendo ser a dignidade humana: uma fidelidade integral á responsabilidade de estarmos no mundo, mesmo quando tudo nos queira demonstrar que estamos a mais... ou a menos."


Jorge de Sena




"Quem fala de partir, de despedidas...

Quantas vezes parti na minha vida,

me despedi de vez de gente e de lugares

a que voltei para encontrá-los outros..."


Jorge Sena

domingo, setembro 13, 2009

Zeca Afonso - Homenagem a Jorge de Sena

Poetisa do Poesis - 20 anos de Poesis

saudade

Sentir que a vida
não passa sem nos tocar
levemente a pele, sem nos fazer
compreender o azul. A vida
não deixa passar momentos em branco
onde não haja memória. É meiga,
doce e parece eterna a vida
quando nos deixa este cheiro
no corpo e este sabor na boca!

Cris Madureira

O Regresso de Jorge de Sena à Pátria:



A transladação de Jorge Sena peca por tardia. Este vulto enorme, que viveu o desalinho do exílio, como outro seu companheiro José Rodriges Miguéis, e a quem Portugal muito deve não só pela sua obra escrita, pela critica, mas também enquanto professor, pela sua divulgação da cultura portuguesa nos Estados Unidos.


Não há possibilidade de voltarmos o tempo numa máquina e recuperar o homem que cedo perdemos do país, em 1959, devido às visões estreitas do Portugal de então. Mas podemos oferecer às gerações vindouras a versatalidade e o rigor da sua literatura, toda da poesia à ficção.

Em Portugal fica agora a morar num cantinho perto de nós.


Fidelidade


Diz-me devagar coisa nenhuma, assim

como só a presença com que me perdoas

esta fidelidade ao meu destino.

Quanto assim não digas é por mim

que o dizes. E os destinos vivem-se

como outra vida. Ou como solidão.

E quem lá entra? E quem lá pode estar

mais que o momento de estar só consigo?

Diz-me assim devagar coisa nenhuma.
o que à morte se diria, se ela ouvisse,

ou se diria aos mortos, se voltassem.


26/8/1956



Escritor português, natural de Lisboa e naturalizado brasileiro, em 1963. Estudou em Lisboa, no colégio Vasco da Gama e no liceu Luís de Camões, onde, segundo o próprio, «andava já fazendo versos». Em 1937, entrou para a Escola Naval. A 1 de Outubro do mesmo ano, partiu no navio-escola Sagres, em viagem de instrução, que decorreu até Fevereiro do ano seguinte, após o que foi demitido da Armada. Entrou então para a Faculdade de Ciências de Lisboa. Num jornal da faculdade, Movimento, publicou o poema Nevoeiro. Estabeleceu contacto com a revista Presença, através de Adolfo Casais Monteiro, a propósito de um poema de Álvaro de Campos. Desse contacto veio a resultar a ligação aos Cadernos de Poesia, onde Sena publicou, em 1940, os sonetos Mastros e Ciclo, e cuja direcção integrou durante algum tempo com Ruy Cinatti, José Blanc de Portugal e José Augusto França. Formou-se na Faculdade de Engenharia do Porto, trabalhando na Junta Autónoma de Estradas até 1959, data em que se exilou voluntariamente no Brasil. A partir daí, desenvolveu uma actividade académica intensa nas áreas da literatura e cultura portuguesas. Foi catedrático contratado de Teoria da Literatura na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Assis (Estado de São Paulo). Em 1961, transitou para a Universidade de Araraquara, igualmente em São Paulo, como catedrático contratado de Literatura Portuguesa. Adoptou a nacionalidade brasileira em 1963. Em 1965 seguiu, também como professor, para a Universidade do Wisconsin (EUA) e, cinco anos mais tarde, para a Universidade da Califórnia, onde veio a chefiar os departamentos de Espanhol e Português e o de Literatura Comparada, cargos que manteve até 1978. Recebeu o Prémio Internacional de Poesia Etna-Taormina pelo conjunto da sua obra poética e foi condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique por serviços prestados à comunidade portuguesa. Recebeu, postumamente, a Grã-Cruz da Ordem de Sant'iago. Em 1980, foi inaugurado o Jorge de Sena Center for Portuguese Studies, na Universidade de Santa Barbara.


segunda-feira, setembro 07, 2009


Dia 10 Quinta-feira
Livraria/Esplanada
21h30
A Poesia sai à rua num dia assim
80 ANOS DE ZECA
no Clube Literário do Porto

domingo, setembro 06, 2009







" Há um tempo para tudo, e um tempo para todas as coisas debaixo dos céus; um tempo para nascer e um tempo para morrer; um tempo para plantar e um tempo para colher aquilo que foi plantado"


in Gaia - Uma Nova Visão da Vida Na Terra

quinta-feira, setembro 03, 2009







«Lembrai-vos dos contos que vos eram

Destruídos de noite, numa enorme nave

Do inominável? Lembrai-vos daqueles

Segundos de sangue esquizofrénico e

Tardio na eternidade?»


Fernando Botto Semedo, 2009





Não há dias sem

silêncio

existe apenas

o ruído

da morte

dentro nós.