segunda-feira, dezembro 21, 2009







NATAL


Acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.
Era gente a correr pela música acima.
Uma onda uma festa. Palavras a saltar.

Eram carpas ou mãos. Um soluço uma rima.
Guitarras guitarras. Ou talvez mar.
E acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.

Na tua boca. No teu rosto. No teu corpo acontecia.
No teu ritmo nos teus ritos.
No teu sono nos teus gestos. (Liturgia liturgia).
Nos teus gritos. Nos teus olhos quase aflitos.
E nos silêncios infinitos. Na tua noite e no teu dia.
No teu sol acontecia.

Era um sopro. Era um salmo. (Nostalgia nostalgia).
Todo o tempo num só tempo: andamento
de poesia. Era um susto. Ou sobressalto. E acontecia.
Na cidade lavada pela chuva. Em cada curva
acontecia. E em cada acaso. Como um pouco de água turva
na cidade agitada pelo vento.

Natal Natal (diziam). E acontecia.
Como se fosse na palavra a rosa brava
acontecia. E era Dezembro que floria.
Era um vulcão. E no teu corpo a flor e a lava.
E era na lava a rosa e a palavra.
Todo o tempo num só tempo: nascimento de poesia.

Manuel Alegre

quinta-feira, dezembro 17, 2009









Com Essa Nuvem










Para que estrela estás crescendo,
filho, para que estrela matutina?
Diz-me, diz-me ao ouvido,
se é tempo ainda,
eu e essa nuvem, essa nuvem alta,
de irmos contigo.


Eugénio de Andrade

terça-feira, dezembro 08, 2009

POESIS - Tome o café matinal connosco, cada dia uma poema, um poeta, uma cultura






António Ramos Rosa


















Pressentimento



Pressenti-te, apenas, pressenti-te.


Eras o sonho insaciável da água


na obscura vinha do meu corpo.


Para ti construí em carícias de acaso


as apaixonadas palavras nubladas


pelo olvido. Talvez nelas perpasse


esse murmúrio de um lábio ébrio e volúvel


sempre oculto num indelével fluir.





in a Imagem e o Desejo, 1998

quarta-feira, novembro 18, 2009

Poesis 20 Anos


no decorrer das comemorações dos 20 anos do Grupo Cultural Poesis a artista plástica Júlia Meireles, lançou a sua colecção de lenços bordados com poesia, cuja apresentação esteve a cargo de eduardo roseira, que sobre os mesmos referiu:

20 Anos POESIS

O POESIS agradece ao expositores e colaboradores que conseguiram criar um verdadeiro ambiente "Poiético", com a sua marcada presença:

" Exposição com trabalhos de pintura de Luís Nogueira e Kim Berlusa; fotografia de eduardo roseira e artesanato de Júlia Meireles, que apresentou a sua colecção de poesia bordada em lenços, que pode ser encomendada através do e-mail: julia8meireles@gmail.com"


Apresentação da revista Nova Àguia, Dr. Renato Epifánio( Revista Nova Águia); Dr. Joaquim Paulo; Dr. Nova Araújo.












do espectáculo infanto-juvenil "Palavras Vivas",












"Apocalipse", de João
Habitualmente


domingo, novembro 15, 2009








OS 20 Anos do POESIS na
NOVA AGUIA

POESIS

Nesta paleta de artes
as palavras soltam-se
vagueiam ideias e pensamentos
num arco -íris de emoções
Pintura, Cinema, Poesia, Teatro...
há duas décadas envolvendo-nos
como uma quimera alimenta-nos
crecendo evoluindo...
porque a utopia de hoje
é o presente de amanhã.


Mário Anselmo


- Um Grande Obrigado do Poesis ao Poeta Mário Anselmo, são estas palavras que continuam a validar toda a nossa quimera.




POESIS 20 Anos:



No pássado sábado uma tarde e noite plena de acontecimentos culturais, plenos de universalidade e cultura, com a presença da Nova Aguia e do MIL (Movimento Internacional Lusofono), na pessoa do Dr. Renato Epifánio agradecemos a presença.


Agrdecemos também a presença de todos os contribuiram no passado sábado para a comemoração dos 20 anos, onde muitos outros foram lembrados, em especial o Dr. Fernando Peixoto e António Eugénio.


Fica aqui a primeira imagem, outras publicaremos, assim como a próxima newsletter dedicada ao evento.


quarta-feira, outubro 28, 2009

segunda-feira, outubro 26, 2009

Programa das Comemorações dos 20 Anos POESIS



Dia 14 de Novembro

Programa


14h30

Abertura: Exposição de pintura/Feira do Livro em articulação com a Casa da Cultura de Paranhos



15h00

Espectáculo infanto/juvenil “Palavras Vivas”– Sessão de Poesia de Aberta ao Público



17h00

Lançamento da Revista Nova águia, pelo Grupo MIL/NOVA AGUIA (http://novaaguia.blogspot.com/)



21h00

Tertúlia POESIS – com lançamento de Colectânea – 20 anos POESIS – 20 POEMAS

Como Podem Verificar no Blog http://novaaguia.blogspot.com/, já consta o lançamento da Revista na Casa da Cultura de Paranhos, dia 14 no âmbito dos 20 anos do POESIS, Não perca esteja por dentro do pensamento português

11.11.09 - 17h00: Câmara Municipal de Lisboa (C. Grande)***
14.11.09 - 15h00: Biblioteca Municipal de Espinho
14.11.09 - 17h00: Casa da Cultura de Paranhos (Porto)
18.11.09 - 18h30: Associação Agostinho da Silva (Lisboa)****
25.11.09 - 18h30: Sociedade de Língua Portuguesa (Lisboa)
25.11.09 - 19h30: Loja Rosa-Cruz Amorc (Lisboa)
02.12.09 - 18h30: Faculdade de Letras da Univ. do Porto**
02.12.09 - 21h30: Clube Literário do Porto
04.12.09 - 21h00: Casa das Cenas (Sintra)
11.12.09 - 21h30: Academia Problemática e Obscura (Setúbal)*****


domingo, outubro 25, 2009

14 Novembro Poesis em Festa





DIA 14 de NOVEMBRO O POESIS ESTÁ EM FESTA,



Na Casa da Cultura a partir das 15 horas venha, traga amigos haverá actividades dos 0 aos 100, música, pantomina, poesia, leitura, exposição.

Pelas 17 horas estará connosco a Nova Águia, apresentando revista e movimento, um momento alto. À noite a Tertúlia do costume, com uma pequena surpresa.


Não Esqueça apareça!

Em breve programa e convite.

segunda-feira, outubro 19, 2009








Se tanto me dói que as coisas passem

É porque cada instante em mim foi vivo

Na luta por um bem definitivo

Em que as coisas de amor se eternizassem.




Sophia de Mello Breyner Andresen

sexta-feira, outubro 16, 2009

quinta-feira, outubro 15, 2009

A PEQUENA VAGA












Mar de pequena vaga e céu azul:
a irrupção das frésias entre a multidão,
orvalhadas ainda de luz insegura,
faz destas ruas um jardim do sul.


Eugénio de Andrade

quarta-feira, outubro 14, 2009

JAZZ





1959 ANO DA GRAÇA DO JAZZ

!959 foi uma ano de excelência no que toca ao Jazz. Dois lançamentos nesta data iriam marcar decisivamente a sua história: falámos de “A Kind of Blue” de Miles Davies e de “Time Out” de Dave Brubeck. Este ano é celebrado o lançamento de ambos e com toda a razão.

Sobre a “Kind of Blue” já tudo foi dito resta-me apenas contar a minha história acerca deste álbum.

Cansado de tanto ouvir falar em Miles Davies e “Kind of Blue”, estou um dia a olhar para as prateleiras de uma loja e dou de caras com o CD. Num impulso, decidi adquiri-lo e satisfazer de vez a minha curiosidade.

Quando o ouvi, percebi de imediato a razão para tamanha adoração. “A Kind of Blue” é o Santo Graal do Jazz, aquele disco que todos os músicos desejariam ter composto. Aconselho vivamente a todos a sua edição e descobrir um álbum absolutamente inovador e, como alguém afirmou, um dos mais “desesperadamente romântico” da história da música.

“Time Out” foi o primeiro grande hit do Jazz. Teve o condão de por toda a gente a trautear jazz. Não estamos a falar de um álbum dito “comercial”. Estamos isso sim, a falar de uma grande música que tornou acessível o Jazz a toda a gente.

O álbum teve tanto êxito que Dave Brubeck foi o primeiro músico de Jazz a tornar-se capa da Revista “Time”. Facto curioso é que Dave Brubeck não ficou muito contente com a distinção. Brubeck tinha uma enorme admiração por Duke Ellington, que considerava o maior músico de Jazz do seu tempo. A distinção conferida pela “Time” foi considerada por ele como um modo de reconhecer o Jazz sem no entanto atribuir a distinção a um músico negro que era o caso de Duke e da esmagadora maioria dos músicos desse tempo. De certo modo, Brubeck sentia que tinha sido utilizado pelo racismo que então vigorava no seu tempo para “branquear” o Jazz.

Tal como se aprecia um grande vinho, também recomendo esta “colheita Jazzistica”.



Álvaro Santos - POESIS

segunda-feira, outubro 12, 2009

Tertúlia Cultural Poesis






Neste sábado passado decorreu mais uma Tertúlia POESIS, na Casa da Cultura de Paranhos, que decorreu de forma muito participada e activa, num diálogo em torno da musica, ou da etno música e da poesia, com o Convidado Dr. Jorge Castro Ribeiro.


A 14 de Novembro teremos mais e com muitas surpresas que até lá divulgaremos.


Obrigado a tod@s.

sexta-feira, outubro 02, 2009

Caetano

Manoel Bandeira







Nas paredes da água
encontramos o
ódio em fragmentos
como um falso
suicídio da morte.
Joaquim Paulo Silva - POESIS/2009







Via como o leite de Deus envernizava

O luto do meu amor, o seu destino

Rasgado e em puro êxtase por abismos

Encenados pelo sangue infinito de

Uma santidade vazia.



Fernando Botto Semedo, in Sangue em Flor

As Gaivotas









As gaivotas. Vão e vêm. Entram

pela pupila.

Devagar, também os barcos entram.

Por fim, o mar.

Não tardará a fadiga da alma.

De tanto olhar, tanto

olhar.



1989


Eugénio de Andrade

sexta-feira, setembro 25, 2009



"Portanto, até que possamos estar preparados
para contemplar a suprema sabedoria
divina, a nossa personalidade-alma deverá
ser aperfeiçoada no cadinho da Noite Negra
da Alma, período em que é comum experimentarmos
toda a sorte de fracassos; nosso
dia-a-dia transcorre numa seqüência de
frustrações; planos determinados com
inteligência e perseverança estarão eivados
de incertezas e obstáculos. A visão e a
expectativa do futuro parecerão toldar-se
nas águas da incerteza e da depressão, e
experimentamos um profundo desânimo."


por
FRANCISCO RODRIGUES DE FREITAS, FRC*

segunda-feira, setembro 21, 2009

Por Tráz do Espelho










Há sítios, como aquele pedaço de parede a que se encoste um espelho, que, embora existam, estão mesmo à beira da absoluta irrealidade, a qual de tal maneira neles mergulha às vezes as raízes que quase os diríamos definitivamente transportados para o lado de que só deus pode apreender a luz.


Luís Miguel Nava

domingo, setembro 20, 2009


Um livro a ler sobre um dos nossos Filosofos e pensadores do século XX, mais proeminentes, Eduardo Abranches Soveral



















Tudo foi dito antes que se dissesse.

O vento aflora vagamente a messe,


E deixe-a porque breve se apagou.


Assim é tudo - nada. Bebe e esquece.





Na eterna sesta de não desejar


Deixa-te, bêbado e asceta, estar.


Lega o amor aos outros, que a beleza


Foi feita só para se contemplar.





Fernando Pessoa, 24-02-1933

quarta-feira, setembro 16, 2009




"um desejo de exprimir o que entendo ser a dignidade humana: uma fidelidade integral á responsabilidade de estarmos no mundo, mesmo quando tudo nos queira demonstrar que estamos a mais... ou a menos."


Jorge de Sena




"Quem fala de partir, de despedidas...

Quantas vezes parti na minha vida,

me despedi de vez de gente e de lugares

a que voltei para encontrá-los outros..."


Jorge Sena

domingo, setembro 13, 2009

Zeca Afonso - Homenagem a Jorge de Sena

Poetisa do Poesis - 20 anos de Poesis

saudade

Sentir que a vida
não passa sem nos tocar
levemente a pele, sem nos fazer
compreender o azul. A vida
não deixa passar momentos em branco
onde não haja memória. É meiga,
doce e parece eterna a vida
quando nos deixa este cheiro
no corpo e este sabor na boca!

Cris Madureira

O Regresso de Jorge de Sena à Pátria:



A transladação de Jorge Sena peca por tardia. Este vulto enorme, que viveu o desalinho do exílio, como outro seu companheiro José Rodriges Miguéis, e a quem Portugal muito deve não só pela sua obra escrita, pela critica, mas também enquanto professor, pela sua divulgação da cultura portuguesa nos Estados Unidos.


Não há possibilidade de voltarmos o tempo numa máquina e recuperar o homem que cedo perdemos do país, em 1959, devido às visões estreitas do Portugal de então. Mas podemos oferecer às gerações vindouras a versatalidade e o rigor da sua literatura, toda da poesia à ficção.

Em Portugal fica agora a morar num cantinho perto de nós.


Fidelidade


Diz-me devagar coisa nenhuma, assim

como só a presença com que me perdoas

esta fidelidade ao meu destino.

Quanto assim não digas é por mim

que o dizes. E os destinos vivem-se

como outra vida. Ou como solidão.

E quem lá entra? E quem lá pode estar

mais que o momento de estar só consigo?

Diz-me assim devagar coisa nenhuma.
o que à morte se diria, se ela ouvisse,

ou se diria aos mortos, se voltassem.


26/8/1956



Escritor português, natural de Lisboa e naturalizado brasileiro, em 1963. Estudou em Lisboa, no colégio Vasco da Gama e no liceu Luís de Camões, onde, segundo o próprio, «andava já fazendo versos». Em 1937, entrou para a Escola Naval. A 1 de Outubro do mesmo ano, partiu no navio-escola Sagres, em viagem de instrução, que decorreu até Fevereiro do ano seguinte, após o que foi demitido da Armada. Entrou então para a Faculdade de Ciências de Lisboa. Num jornal da faculdade, Movimento, publicou o poema Nevoeiro. Estabeleceu contacto com a revista Presença, através de Adolfo Casais Monteiro, a propósito de um poema de Álvaro de Campos. Desse contacto veio a resultar a ligação aos Cadernos de Poesia, onde Sena publicou, em 1940, os sonetos Mastros e Ciclo, e cuja direcção integrou durante algum tempo com Ruy Cinatti, José Blanc de Portugal e José Augusto França. Formou-se na Faculdade de Engenharia do Porto, trabalhando na Junta Autónoma de Estradas até 1959, data em que se exilou voluntariamente no Brasil. A partir daí, desenvolveu uma actividade académica intensa nas áreas da literatura e cultura portuguesas. Foi catedrático contratado de Teoria da Literatura na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Assis (Estado de São Paulo). Em 1961, transitou para a Universidade de Araraquara, igualmente em São Paulo, como catedrático contratado de Literatura Portuguesa. Adoptou a nacionalidade brasileira em 1963. Em 1965 seguiu, também como professor, para a Universidade do Wisconsin (EUA) e, cinco anos mais tarde, para a Universidade da Califórnia, onde veio a chefiar os departamentos de Espanhol e Português e o de Literatura Comparada, cargos que manteve até 1978. Recebeu o Prémio Internacional de Poesia Etna-Taormina pelo conjunto da sua obra poética e foi condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique por serviços prestados à comunidade portuguesa. Recebeu, postumamente, a Grã-Cruz da Ordem de Sant'iago. Em 1980, foi inaugurado o Jorge de Sena Center for Portuguese Studies, na Universidade de Santa Barbara.


segunda-feira, setembro 07, 2009


Dia 10 Quinta-feira
Livraria/Esplanada
21h30
A Poesia sai à rua num dia assim
80 ANOS DE ZECA
no Clube Literário do Porto

domingo, setembro 06, 2009







" Há um tempo para tudo, e um tempo para todas as coisas debaixo dos céus; um tempo para nascer e um tempo para morrer; um tempo para plantar e um tempo para colher aquilo que foi plantado"


in Gaia - Uma Nova Visão da Vida Na Terra

quinta-feira, setembro 03, 2009







«Lembrai-vos dos contos que vos eram

Destruídos de noite, numa enorme nave

Do inominável? Lembrai-vos daqueles

Segundos de sangue esquizofrénico e

Tardio na eternidade?»


Fernando Botto Semedo, 2009





Não há dias sem

silêncio

existe apenas

o ruído

da morte

dentro nós.

sexta-feira, agosto 28, 2009






Do que não sei o nome eu guardo as semelhanças.
Não assento aparelhos para escuta
E nem levanto ventos com alavanca.
(Minha boca me derrama?)
Desculpem-me a falta de ignorãças.
Não uso de brasonar.
Meu ser se abre com um lábio para moscas.
Não tenho competências pra morrer.
O alheamento do luar na água é maior do que o meu.
O céu tem mais inseto do que eu?


Manoel de barros, in "O Encantador de Palavras"
(Um dos maiores poetas Brasileiros em actividade)

terça-feira, agosto 18, 2009

A Segunda Canção com Lágrimas





Meu amigo cantava. Dizem que cantava.

E de repente

quebravam-se nas veias os relógios onde

os ponteiros marcavam vinte e cinco anos.


Vinte e cinco navios e cinco mapas

vinte e cinco viagns sempre adiadas.

Meu amigo quebrou-se como se fosse de vidro.

Ficaram vinte e cinco pedaços de um homem.



Manuel Alegre - in Nambuangongo, meu amor (os poemas de guerra)


"Todos os anos os gregos faziam um ritual para mostrar aos espectadores o que sucede às pessoas que se deixam prender pela rede do Espaço e do Tempo.

Esse Teatro Grego, a mim dá-me a impressão de que se destinava a levar os homens à Consciência plena de que estavam dentro de uma cadeia e incitá-los, pela contínua «injecção» de ambiente de cadeia, à Liberdade.

Os gregos tentavam, sim senhor, livrar-se da cadeia do Espaço e do Tempo..."


Agostinho da Silva

sexta-feira, julho 31, 2009



O Blogue POESIS vai entrar em ritmo lento, próprio das férias, e terá menos postagens do que é habitual, a reflexão e a meditação interior são também importantes para novos desafios.

Portugal e o Seu Destino – Quinto Império/Lusofonia/União Europeia?

O futuro de Portugal foi desde cedo o mundo, Índia, África, Brasil, só falando das principais partidas de comércio. Hoje é a Europa, regressando assim ao continente de onde tentamos fugir, mas que por anverso foi ele mesmo o que partindo da nossa predeliecção para ser mundo, seguiu e aproveitou as nossas pisadas, tornando-o global com a 1ª. mundialização. Regressamos à europa, com ela esgotada e esvaída por tanta pretensão de civilização, por tanto ter feito, no mal e no bem, para a socialização compressiva, que elevou o ser humano a uma nova consciência, o hiperpessoal (como Chardin nos retratou). Mas esgotada, incapaz dos seus estados de assumirem sós o protagonismo, encontrou uma fórmula nova, a da união pela via democrática, uma experiência que a 2ª mundialização, após a turbulência social, criminal, política que vai produzir, irá valorizar pelo caminho único, como vimos de associação, que no campo mais vasto das regiões mundiais só a união nos propósitos ajudará à socialização compreensiva, que eliminará o cancro acelerado que corrói o mundo e põe em causa a sua sobrevivência: competição desumanizada, esplorando até ao tutano toda a energia vital, de modo total.
Neste quadro, o Portugal do passado, que sonhava com o Quinto Império, nas palavras de Agostinho só poderá existir sem Imperador, isto é um Portugal que vive uma experiência única na história a de uma união de povos cimentada pela pura adesão livre, e não pela conquista, é a primeira experiência de intergovernação de característica da 2ª mundialização, e poderá vivê-la, graças a esse passado de primeiro Império do início da Socialização Compressiva, em diálogo com os povos de àfrica, do Brasil, da Ásia, que partilham passado, história, linhagem, língua e cultura conncosco, ajudando-os, a perceberem este caminho tão dificil, da Associação como única saída para o o mundo, a saída do hiperpessoal.
Ou seja a Missão de Portugal, está descrita nas palavras de Agostinho da Silva: “Os portugueses levaram a Europa ao Mundo mas, agora, todos aqueles que falam a língua portuguesa, têm o dever de trazer o Mundo à Europa”[1]. Humanizar a mesma, revigorar-lhe a alma e as formas de pensar que tanto rasgá-las em forma de conhecimento científico positivo, deixaram de poder dialogar com a emoção e as formas mais humanas, quão naturais. Depois de ajudar-mos a Europa a conduzir o mundo a uma civilização, qual fiat lux, hoje que emerge um mundo de miscegenado, a nossa diáspora é a garantia de podermos oferecer à Europa, um mundo diverso, mas pleno de cultura. De conseguirmos que a velha senhora se dobre e perceba que as divindades a que atribuia pouca consideração, são as lendas de um história que nos ensina a lhar o planeta, como ele deve ser olhado, como natureza viva, digna e repeitável, com os direitos inalienáveis de quem nos fez nascer e nos deu a liberdade para escolher. Europa concha, projecto que se fecha sobre si mesma, incapaz de exemplar o mundo, pela natureza única do seu projecto de unidade; ou Europa mar, capaz de albergar quem quer partilhar este projecto de liberdade e união, de culturas e civilização, manifestação de uma outra compressão (social, demográfica, psicologica, economica, cultural) a que temos sido sujeitos nos últimos dois séculos em particular, não a compresão massiva, mas a compressão compreensiva, capaz de albergar o Ser na comunhão com outros seres, cuja diferença se desvanece nesse campo, que parte do pessoal para o hiperpessoal, pela partilha de uma outra consciência,a consciência de caminharmos em conjunto enquanto projecto humano, e esta é hoje a experiência Europeia, que Portugal pode assumir como missão divulgadora pelo mundo, trazendo o mundo para dentro da Europa.

[1] Mendanha, V. (199 )“Conversas com Agostinho da Silva”, Pergaminho

sexta-feira, julho 24, 2009



A 14 de Novembro no Porto, a NOVA AGUIA, apresenta revista e movimento


Com o POESIS na Casa da Cultura de Paranhos

segunda-feira, julho 20, 2009


Gente de(as) letras


Confundir a letra e a tinta
com gente de letras
faz escrever dia a dia
um montão de tretas
para baixo e para cima
da avenida circula a letra,
circula a tinta, pena a gente.


Um livro extraordinário cuja forma escrita nos leva para um universo onirico, por entre as sombras de uma cidade, Barcelona do início do século XX, prendendo-nos à acção louca, e à lição ética, que se desprende da escrita de Carlos Záfon, em o "Jogo do Anjo", lembrando-me a escrita de Fedor Dostoievski.

sexta-feira, julho 17, 2009







"Pois, se a era do progresso da humanidade se caracteriza por frequentes estados de guerra, então a construção de um mundo de paz deve ser caracterizada como a era das crianças. Se no passado triunfou a lei do poder, agora deve triunfar a lei da vida"


Maria Montessori
Michelangelo








" Estamos condenados a ser livres"



Jean Paul Sartre

quinta-feira, julho 09, 2009

As Fontes do Dragão





Irei beber
a
luz do amanhecer
junto às
fontes do Dragão
e
verei crescer
o
feno e a saudade
neste resto
gasto e leal
coração.

segunda-feira, julho 06, 2009





"...Palmas pra ala dos
barões famintos
O bloco dos napoleões retintos

E os pigmeus do bulevar

Meu Deus, vem olhar

Vem ver de perto uma

cidade a cantar

A evolução da liberdade

Até o dia clarear


Ai, que vida boa, olerê

Ai, que vida boa, olará

O estandarte do sanatório..."


Chico buarque (aqui)

FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY - FLIP 2009

A LITERATURA EM FESTA:



Pequeno resumo sobre a FLIP
Lançada em 2003,a FLIP sofreu modificações significativas já na segunda edição, quando teve seu nome mudado, passando de Festival à Festa, além de sua duração, que passou de três para cinco dias. Desde sua primeira edição, a Festa vem crescendo, seja com relação ao número e expressão de escritores e editoras convidadas, seja no número de visitantes. Falando em nome, a FLIP utiliza o nome Parati, assim mesmo com o i, para realçar que a Festa é “Parati/Para Você” – tornando ainda mais convidativo o evento.




Segundo Mauro Munhoz, Diretor Presidente da Associação Casa Azul, realizadora da Festa, a idéia de promover a FLIP nasceu em parceria com a editora inglesa Liz Calder, inspirada em eventos similares, realizados em cidades pequenas. Daí o fato de escolher como ”lar”, a charmosa Paraty, elevando-a ao nível de Hay-on-Wye (País de Gales), Adelaide (Austrália), Harbourfront (Canadá) Berlim (Alemanha), Edimburgo (Escócia) e Mantua (Itália), no que diz respeito a grandes eventos literários.

2009 - A FLIP homenageia o escritor pernambucano Manuel Bandeira (1886-1968). A obra poética de Bandeira ocupa lugar indiscutível na tradição literária brasileira. Livros como A cinza das horas (1917), Carnaval (1919) e Libertinagem (1930) tornaram-se marcos da poesia brasileira – mas há tempos não são objeto de atenção do meio editorial. O tributo oferecido pela Flip tem como objetivo alterar esse cenário. “A homenagem da Flip pretende contribuir para a revalorização da obra poética e para tornar mais conhecidas as diversas faces de Manuel Bandeira”, afirma Flávio Moura, Diretor de Programação da FLIP.

terça-feira, junho 30, 2009


GALOPE


Las tierras, las tierras, las tierras de España,

las grandes, las solas, desiertas llanuras.

Galopa, caballo cuatralbo,

jinete del pueblo,

al sol y a la luna.


A galopar,

a galopar,

hasta enterrarlos en el mar!


A corazón suenan, resuenan, resuenan

las tierras de España, en las herraduras.

Galopa, jinete del pueblo,

caballo cuatralbo,

caballo de espuma.


A galopar,

a galopar,

hasta enterrarlos en el mar!


Nadie, nadie, nadie, que enfrente no hay nadie;

que es nadie la muerte si va en tu montura.

Galopa, caballo cuatralbo,

jinete del pueblo,

que la tierra es tuya.


¡A galopar, a galopar,

hasta enterrarlos en el mar!

Rafael Alberti

NEDA




em homenagem a um símbolo da luta pelo direitos civis no Irão






Sob um céu

de damascos

perante um

universo de

turbantes a arder

foste primavera

cósmica

fendendo as balas

até morrer.

domingo, junho 28, 2009

ATLÂNTICO





Mar.

Metade da minha alma é feita de maresia.



Sophia de Mello Breyner




Menino das Sete Praias




Salta, salta à beira mar
à beira rio
salta e sonha
que vais a navegar
menino das sete praias.

Salta e perde-te
na espuma da catraia
que navega longe
mão na mão a pensar.
Salta e sonha.

Sonha com o
mar e suas ondas
bandeiras de longínquas
Índias de mitos e desejos.

Salta e sonha
com o Douro fútil
teu tempo
menino da infância
d`ouro de outro mar
sagrado tesouro.

Salta e vai, menino,
às sete praias do mar amar amarra…

da genialidade e da loucura - Michael Jackson para a História do Mundo

segunda-feira, junho 22, 2009



"

Para a Salvação da Democracia
Ora a democracia cometeu, a meu ver, o erro de se inclinar algum tanto para Maquiavel, de ter apenas pluralizado os príncipes e ter constituído em cada um dos cidadãos um aspirante a opressor dos que ao mesmo tempo declarava seus iguais. Ser esmagada pelos condottieri que dispõem das lanças mercenárias ou pela coalizão dos que manejam o boletim de voto é para a consciência o mesmo choque violento e o mesmo intolerável abuso; um tirano das ilhas vale os trinta de Atenas e os milhares de espartanos. Pode ser esta a origem de muita reacção que parece incompreensível; há almas que se entregaram a outros campos porque se sentiam feridas pela prepotência de indivíduos que defendiam atitudes morais só fundadas na utilidade social, na combinação política. E de facto, o que se tem realizado é, quase sempre, um arremedo de democracia sem verdadeira liberdade e sem verdadeira igualdade, exactamente porque se tomou como base do sistema uma relação do homem com o homem e não uma relação do homem com o espírito de Deus. Por outras palavras: para que a democracia se salve e regenere é urgente que se busque assentá-la em fundamentos metafísicos e se procure a origem do poder não nos caprichos e disposições individuais, mas nalguma coisa que os supere e os explique, aprovando-os ou reprovando-os. O indivíduo passaria a ser não a fonte mas o canal necessário ao transporte das águas; nenhuma autoridade sem ele, nenhuma autoridade dele. Seria assim possível sacudir de vez as morais biológicas que nos têm proposto e, construindo um decálogo sobre os princípios divinos, ligar-lhe indissoluvelmente a política com uma simples extensão ou como outro aspecto de uma idêntica actividade. Não vejo outro alicerce senão o entendimento, o que, fazendo do animal a pessoa, ao mesmo tempo se coloca acima do indivíduo e se impõe como norma universal; e as maiorias, assim, só viriam a obrigar quando as suas resoluções coincidissem com a razão e com os fins últimos que a Humanidade se propõe atingir. "
Agostinho da Silva, in 'Diário de Alcestes'

AVALON

Avalon era uma ilha lendária encantada onde "Excalibur", a espada do Rei Artur tinha sido forjada e para onde o próprio rei tinha voltado vitorioso depois da sua última batalha para ser curado de um ferimento mortal.
Em algumas versões, Avalon é regida por Morgana, uma feiticeira e curandeira rodeada de nove donzelas sacerdotisas responsáveis pela cura de Artur, deitado numa cama de ouro. Numa outra versão ela é descrita como sua meia irmã.
Em uma outra versão, o Rei Artur é ferido em combate, e então levado pela Dama do Lago a uma Avalon mística do além, paralela ao mundo real, onde Artur permanece retirado desse mundo, tornando-se para sempre imortal.
Em algumas versões da lenda, ele não resiste à viagem e morre, tendo sido enterrado então em Avalon; em outra versão, ele estaria só dormindo, esperando para voltar num futuro próximo, pois, a ilha seria um refúgio de espíritos, a qual permitiria a ele permanecer vivo por meio das artes mágicas.

[editar] Ynys Wydryn
Na ficção histórica As Crônicas de Artur de Bernard Cornwell, parte da trilogia sobre a saga arturiana, o autor dá um outro nome a Avalon, Ynys Wyndryn, porém ele mesmo também cita Ynys Mon em sua narrativa de ficção histórica, mascarando a verdade da ficção que mistura pesquisa histórica e lenda.
Ynys Wydryn (Ilha do vidro), ou Avalon, era em termos lendários o local onde vivia Merlin juntamente Nimue ou Viviane, que era grã-sacerdotisa, a tia de Arthur (que nunca chega a ser rei), onde era possível utilizar a magia, ou seja, o poder divino dos deuses Antigos.
Avalon, Ynys Wydryn ou Ynys Mon era um lugar de conhecimento sobre os deuses pagãos antigos onde os druidas passavam o conhecimento antigo de geração em geração, era o lugar onde se aprendia o conhecimento da religião antiga o druidismo, sendo Merlin o senhor de Avalon ou Ynys Wydryn, que construíra Tor, uma torre onde vivia e guardava todos os seus memoráveis e quem sabe mágicos tesouros.
A Senhora do Lago é designada como autoridade máxima da ilha, e Arthur era filho do rei Uther Pendragon, que no passado, era seguidor da crença da Deusa, como também a mãe de Arthur, Igraine. Arthur faz um pacto de reacender a crença da Senhora do Lago para que com o passar do tempo ela não se apagasse. No fim de tudo, Ynys Wydryn ganha um papel importante, pois quando Artur foi ferido mortalmente em batalha pelo seu próprio filho Mordred, ele teria sido supostamente levado de barco à ilha por sua meia irmã Morgana ao Lago, para onde através dos poderes que a Deusa havia lhe dado ela poderia retornar. No caminho, ela foi recusada por ter desprezado a Deusa e o único jeito de retornarem à Avalon foi Arthur devolver a Excalibur ao Lago, onde habitava a Deusa. Sua sepultura foi feita em Avalon, na terra de Merlin, Ynys Wydryn, juntamente com o corpo de sua amada Guinevere.

[editar] História x Lendas
Quando, em 1191, os monges do mosteiro de Glastonbury encontraram a suposta sepultura do Rei Artur no cimo de um pequeno monte que dantes se encontrava circundado de água, disseram ser este o local da mítica e pagã Avalon. Na sepultura foram encontrados dois corpos, um de um homem de idade média anormalmente grande (supostamente Artur) e de uma mulher (supostamente Guinevere) e a inscrição no túmulo dizia: "Aqui jaz enterrado na Ilha de Avalon o conhecido Rei Artur".
O mosteiro de Glastonbury tinha a tradição de ter sido fundado por José de Arimateia, que alegadamente tinha trazido o Santo Graal para as Ilhas Britânicas e por isso era um lugar ligado à mística do Graal.
Em quase todas versões o reino da magia e da religião antiga, Avalon ou Ynys Wyndryn é localizada na região de Glanstonbury, Somerset.
A não mitológica Avalon era um cidade ou uma ilha (em algumas opiniões) em que os segredos da religião dos antigos deuses era passado de druida para druida, já que os druidas não podiam escrever seu conhecimento, alguns chamam também esta cidade do conhecimento dos deuses pagãos antigos de Ynys Mon.
Todavia importante ressaltar que Sendo que a Ynys Wydryn real, não é a mesma coisa que Avalon que se situava bem ao norte do antigo reino de Powys no século V.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Avalon"
De onde veio Pégaso?




Então, Medusa era uma donzela, orgulhosa de sua beleza, principalmente dos seus cabelos, resolveu disputar o amor de Zeus com Minerva. Esta enraivecida transformou-a em monstro, com cabelos de serpente.

Outra versão diz que Zeus a teria seqüestrado e violado no interior do templo de Minerva e esta mesmo sabendo que Zeus a abandonara, não perdoou tal ofensa, e o fim é o mesmo. Medusa é morta por Perseu, que também foi rejeitado e com sua mãe Danae trancado em uma arca e atirado ao mar, de onde foi resgatado por um pescador que os levou ao rei Polidectes que o criou com sabedoria e bondade.

Quando Perseu ficou homem, Polidectes enviou-o para a trágica missão de destruir Medusa. Para isto receberia o auxílio dos deuses. Usando sandálias aladas pode pairar sobre as górgonas que dormiam. Usando um escudo mágico de metal polido, refletiu a imagem de Medusa como num espelho e decapitou-a com a espada de Hermes. Do pescoço ensangüentado de Medusa saíram dois seres que foram gerados do conúbio com Poseidon. O gigante Crisaor e o cavalo Pégaso. O sangue que escorreu de Medusa foi recolhido por Perseu. Da veia esquerda saia um poderoso veneno, da veia direita um remédio capaz de ressuscitar os mortos. Ironicamente, trazia dentro de si o remédio da vida, mas sempre usou o veneno da morte.

Fonte: www.artpage.com.br/marise/medusa1.html








Deixei de rezar.
Nas paredes
rabiscadas de obscenidades
nenhum santo me escuta.
Deus vive só
e eu sou o único
que toca a sua infinita lágrima.
Deixei de rezar.
Deus está numa outra prisão.


Mia Couto

quinta-feira, junho 18, 2009




A monja nepalesa Ani Chöying Drolma, mundialmente conhecida pela comovente beleza da sua voz e enquanto defensora dos direitos das mulheres, estará entre nós para o lançamento do seu livro A Minha Voz pela Liberdade, na 6ª feira, dia 19, pelas 18.30, no Anf. III da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

A apresentação será feita pelo Dr. Rui Lopo (União Budista Portuguesa) e pela Drª Alexandra Correia (Grupo de Apoio ao Tibete/União Budista Portuguesa).Organização: Editorial Presença / Projecto "Filosofia e Religião" do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa (coordenado por Carlos João Correia) e do Curso "Filosofia e Estudos Orientais" / Departamento de Filosofia da Universidade de Lisboa (coordenado por Carlos João Correia e Paulo Borges) Apoios: União Budista Portuguesa e Songtsen - Casa da Cultura do TibeteEntrada Livre