quinta-feira, março 29, 2007

A POESIA E O SOCIAL


A POESIA E O SOCIAL

A poesia – texto ou suporte verbal que ganha uma dimensão especial devido a certas formas expressivas e figuras que utiliza (metonimias, jogos de palavras, metáforas). De certo modo, em sentido tradicional, conota-se a poesia(vates) com uma predestinação, uma vocação, uma mística, que nos transporta a outras dimensões estéticas, metafísicas, poético- filosóficas e espirituais.

O Social - Por social entende-se um conjunto de situações que se reportam a um sujeito colectivo, considerado num enquadramento histórico, económico, político, ideológico e ou cultural.


Será que é possível este diálogo tão aparente de contrários? Pela poesia suguemos o social neste excerto de poema

“O poeta e o social

o poeta pergunta, mesmo quando responde.
o social responde, mesmo quando pergunta.
quando o social é a ideologia, o poeta é a utopia.
quando o social é a utopia, o poeta é a ideologia.
o social trabalha para os outros, o poeta não tem os outros em conta
o poeta trabalha para hoje, o social só para amanhã.
quando o social se retira, o poeta mostra-se.
quando o social começa a mostrar-se, o poeta retira-se.

Alberto Pimenta”

domingo, março 25, 2007

FEIRA DO LIVRO DE AUTOR


























FEIRA DO LIVRO DE AUTOR–
UM Evento de êxito em colaboração com os Fenianos
Portuenses

No dias 27 e 28 de Outubro de 2006 o POESIS, O Clube Fenianos Portuenses e a AIDSS, realizaram em conjunto a 1ª Feira do Livro de Autor, simultaneamente com uma Homenagem ao insigne pensador Prof. Agostinho da Silva.

Foram dois dias animados, onde pontuaram cerca de 15 expositores, com livros de todos os géneros como a poesia, ensaio e romance.
Simultaneamente à abertura da feira do livro ocorreram a abertura das exposições biobliográfica de Agostinho da Silva e de pintura (esta pelo autor Mário Ferraz).

Ao longo destes dias foram várias as manifestações de dramaturgia, leitura de poemas e tertúlias.

Realizou-se ainda uma conferência sobre o Prof. Agostinho da Silva, com o Dr. Fernando Peixoto e o Dr. Joaquim Paulo Silva como oradores. Conferência participada e animada em torno da escatologia nacional, e da humildade marginal da sabedoria do Mestre, guerreiro e monge.

POESIS







O POESIS afirma-se como um Projecto Cultural Total. Como um espaço aberto, desinibido de barreiras disciplinares ou outras, visando a promoção de projectos culturais inovadores, que englobem, não apenas uma área específica, mas o universo dos saberes e das culturas, num atitude de partilha e síntese, de historicidade e ética, de arte e ciência, de reconciliação humana e visão cósmica.

I


Um pranto. Uma pena. Um poeta.
E choramos, nunca tanto,
por quem ousa
intenta libertar-nos
do que nos resta.







II


O som do caminho
passa
e nós com ele
a arrastarmos a vida baça.






III


Há rumores...
Um tempo de medo e cobardia.
Afia soldado, afia, teu cabo e espada
cordel como lança e cabelos
ao vento na crina
aguardam o seu tempo.
Há rumores soldado... sobre
o teu rosto limpo, por quem
os cobardes suspiram a medo.





IV

Os teus olhos reflectem
os dedos afagando-se
em segredo.

A medo o corpo
entreabre a blusa
um suspiro
antes do seu degredo.




V


Todos os dias nascem
filhos da luz de
Manes gigantes descendem

Todos os dias
encarcerados nos vitrais tecnófilos
o passado morre na vitrina e o futuro
apodrece no telejornal.




VI


Serve-me a sopa
gentil senhora.
Dá-me o pão,
comunguemos a mesa
mesmo que pura ilusão.