terça-feira, dezembro 28, 2010

Dia 29 | Quarta-feira
Auditório
21h30
 
Entrega
do
Prémio do Clube Literário do Porto 2010
a
Vasco Graça Moura
 

O Sorriso da Morte

ter somente
por bagagem
a pérola da
luz ou
a pérgola
da água e partir
no voo da
águia selvagem
obscuro domínio
aonde mora
o sorriso da Morte
....

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Divulgando

"Declaração MIL sobre a Guiné-Bissau

Conforme o publicamente noticiado, o ministro da Educação da Guiné-Bissau, Artur Silva, anunciou que o governo está a fazer contactos e parcerias com estabelecimentos de ensino superior estrangeiros para abrir uma universidade pública no país.

Face a isso, o MIL exorta os diversos Governos da CPLP a prontificarem-se de imediato para colaborarem com o Governo guineense na concretização de tão importante objectivo para o povo irmão da Guiné-Bissau.

Recordamos que o MIL tem acompanhado muito de perto a situação deste país lusófono, tendo já expresso, nestes últimos anos, várias propostas – nomeadamente, a constituição de uma Força Lusófona de Manutenção de Paz*, de modo a garantir definitivamente condições de paz e segurança para todos os guineenses.

Para além de outros planos de cooperação – como na saúde e na economia, por exemplo –, o plano da educação, em todos os seus níveis (desde o básico ao superior) deve ser também, a nosso ver, uma área central onde a cooperação lusófona se deve desenvolver, evitando a burocratização das equivalências de graus escolares e as consequentes dificuldades de circulação de profissionais no espaço lusófono.

Recordamos, por fim, que o MIL tem, na sua Declaração de Princípios e Objectivos**, a proposta de criação de um Programa “Agostinho da Silva”, que promova a circulação dos estudantes das nações lusófonas, de licenciatura e pós-graduação, nas universidades do espaço lusófono.

MIL: Movimento Internacional Lusófono
www.movimentolusofono.org "

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Fernando Pessoa





Dia 30 de Novembro de 1935: Fernando Pessoa morre, aos 47 anos. Tempo suficiente para se tornar um dos maiores poetas de todos os tempo.
Tendo por língua materna «a última flor do Lácio», escreveu em inglês, que dominava igualmente bem, o seu último bilhete «I know not what tomorrow will bring.»



A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te oiço a passada
Existir como eu existo.

A terra é feita de céu.
A mentira não tem ninho.
Nunca ninguém se perdeu.
Tudo é verdade e caminho.

domingo, novembro 28, 2010

"Se quebrarmos o princípio da incerteza, não podemos imaginar como o nosso mundo seria."






O sol em
cada lágrima
requisita o dia
e relembra a
fragilidade da luz.

terça-feira, novembro 09, 2010

Compromisso

Pertence-te
ser homem, afirmar
todos os dias que tens
um compromisso: ser claro
e brando como a luz
e, como ela,
necessário. E não deixar
crescer à tua porta
ervas daninhas.


Albano Martins

sexta-feira, outubro 29, 2010

JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS - Novo Livro




Esconde-se na
irrelevância do dia
a farsa 
à espreita da morte.

terça-feira, outubro 12, 2010

DIFERENÇA

Ser Diferente


A única salvação do que é diferente é ser diferente até ao fim, com todo o valor, todo o vigor e toda rija impassibilidade; tomar as atitudes que ninguém toma e usar os meios que ninguém usa; não ceder a pressões, nem aos afagos, nem ás ternuras, nem aos rancores; ser ele; não quebra as leis eternas, as não-escritas, ante a lei passageira ou os caprichos do momento; no fim das batalhas - batalhas para os outros, não para ele, que as percebe - há-de provocar o respeito e dominar as lembrnças; teve a coragem se ser cão entre as ovelhas; nunca baliu; e elas um dia hão-de reconhecer que foi ele o mais forte e as soube em qualquer tempo defender dos ataques dos lobos.


Agostinho da Silva, in

Diário de Alcestes

quinta-feira, outubro 07, 2010

contravento



Capa da Contravento de 1968 - Diretor: Fernando Pinto Ribeiro
Revista que se pautou pelos ideais humanísticos de encontro entre todas as artes, espaço plural, microcosmos da cultura e da criatividade.

terça-feira, setembro 28, 2010

COLECÇÃO NOVA ÁGUIA: JÁ COM MAIS DE 15 TÍTULOS


Para ver:



http://www.zefiro.pt/catalogo_novaaguia_net.htm

segunda-feira, setembro 27, 2010

INSULA


As palavras
estalam
no coração
como verbos
possessos ao vento
expostos, palavras
pequenos juncos
destroços deste Verão.

domingo, setembro 12, 2010

Ao acaso folheando I

Ao acaso folheando, revistas, algumas curiosidades de Poemas e Poetas:


No Nº 1 (preciosidade) da Revista Contravento (1968), temos como Director da mesma e simultaneamente colaborador, o ilustre poeta Fernando Pinto Ribeiro, infelizmente já não convivente connosco.

Em 2002, temos na Revista Poesis, que fui Director, já em conjunto, poemas meus, do Dino dos Santos e Eduardo Roseira.

Em 2003, na Colectanea Correntes, da lavra Boletim de Poesia, dirigido por Eduardo Roseira, poemas de Ferando Pinto Ribeiro, do próprio Eduardo Roseira e meus e ainda Domimgos da Mota.

Em 2001, na colectanea do 1º Encontro de Escritores e Artistas de Santa Marinha (Vila Nova de Gaia), encontramos novamente, poemas de Eduardo Roseira, meus e colaboração de Domingos da Mota.

Em 1996, na Revista Limiar nº 8 dirigia pelo saudoso Egito Gonçalves, com quem tive várias e interessantes tertúlias, aparece o Dino dos Santos, poeta que também, fora co fondador da Revista Poesis e respetivo grupo, comigo e outros, aonde mais tarde Eduardo Roseira se integrou, e o próprio Fernando Ribeiro colaborou.

Estranhos fios ligam estas revistas, estes autores, mais ou menos conhecidos, de gerações diferentes, com poesias e metricas com identidades próprias, seus valores e ideias, vamos ver em próximos posts, como algumas, dessas poesias e ideias, se cruzam, em movimentos, mais ou menos conhecidos, muito ou pouco importantes.
Para já fica, este caso, folheando...

quinta-feira, agosto 26, 2010

INICIAÇÃO

O sol em
cada lágrima
requisita o dia
e relembra a
fragilidade da luz.

sábado, agosto 21, 2010

Cá voltamos,

Após uns dias de repouso sem computador ou net.

Estejam atentos ás novidades e notícias do POESIS e de outros acontecimentos, Também passarão por aqui.

E leiam, escrevam, aproveitem o descanso para atalhar a arte!

De Fernando Pessoa

Passam na rua os cortejos
Das pessoas existentes.
Algumas vão ter ensejos,
Outras mudar de fato,
E outras inteligentes.

in Novas Poesias Inéditas (deste baú imenso)

domingo, agosto 01, 2010

A ÉTICA E A MORAL NOS NOSSOS DIAS

Parecerá tema vão ao leitor, tratar com delevo estes temas, que aos antigos prometiam belas peças de profundo de pensamento e de orientação quotidiana para muitas civilizações.

Embora ontologicamente diferentes, ética e moral, no entanto, coincidem, no cerne, a relação do ser humano com o outro e com o que nos rodeia, sob pena da barbárie ou insanidade, só pode ser dominada, por uma forte componente ética e por relação moral.

Ética enquanto valores que regem comportamentos orientam formas de convivência dirigidas para o respeito da dignidade humana. E acrescentamos a partir de outras visões tradicionais (tão actuais), para o respeito da natureza e do cosmos, do qual, a ciência actual nos permite aceder à asserção verdadeira, somos um todo, no qual estamos e está em nós. As particulas elementares, quânticas, envolvidas no inicio da criação universal, estão presentes, das estrelas ao corpo humano, como uma lógica de continuidade, embora alguns lhe denominem acaso.

De todo o modo lonje vai a ideia, ou o pensamento, baseado na ciência de matriz mecanicista, de uma quase separação entre ser humano, como ente dominador do eixo cósmico, e a natureza e a massa cósmica.

De modo que, contrário à vivência quotidiana, que Lipovestky (O Império do Efémero) bem retrata, ou Luc Ferry (O Homem Deus), de profundo indivdualismo, istituindo-se uma cultura hedonista a partir do dominio da tecnologia sobre as relações sociais e as determinações culturais. A tecnologia toma conta deste vasto universo, dominado pelo utilitarismo e pelo facilitismo.

As relações, abandonam a ideia mater de conhecimento do outro, para passarem ao patamar de utilização do outro, mediadas pela máquina, a tecnologia informática, aonde todos os limites éticos são ultrapassados, pela incapaciadade de olharmos nos olhos, o sofrimento ou a glória. A brutralidade relacional, empurra para a barbárie, aonde a ética não tem lugar, é indigna, porque limita, essa fonte seca de liberdade, que se chama a ideologia das máquinas e é nelas que as relações endurecem e se transformam numa enorme célula cancerigena.

Valores difusos, moral confusa. Poderemos retratar assim este tempo, que nos é dado a viver, de profunda transformação e risco.

Há medida que os recursos escasseiam e se fazem sentir intensamente as alterações climáticas adversas, provenientes da ambição humana, da idade industrial, não estamos a ser capazes de construir uma ética associativa, activa, de profundo respeito pela vida, humana e planetária. E confundimos, como na caverna de Platão, a imagem (a cibernética, a informática, a tecnologia), com a realidade imensa dos seres que ainda povoam o planeta.

De uma ética da tragédia, eco-socio-planetária, de uma ética da emergência, é disto que falamos, deste canto do mundo, deste canto do país, deste espaço conferido pela tecnologia...deste dilema só pederemos sair concedendo espaço aos valores mais perenes, da dignidade, respeito e justiça.

segunda-feira, julho 26, 2010













http://www.iflb.webnode.com/novembro-2010-ix-coloquio-tobias-barreto/

No Clube Literário do Porto

Dias 6 e 7 de Julho, das 21h30 às 23h30

5º Workshop Filosofia Prática
e Pensamento Crítico
Melhore os seus desempenhos
cognitivos e argumentativos


Neste workshop serão partilhadas uma série
de técnicas,conceitos e instrumentos
cognitivos,lógicos e argumentativos da área do
Pensamento Crítico, aplicando-os em sessões
de debate filosófico em grupo (Filosofia
Practica).

Formador - Tomás Magalhães Carneiro
Mais informações- _
http://filosofiacritica.wordpress.com/

Preço do WorkShop - 45€
Inscrições -
revistaumcafe@gmail.com
Mais Informações - http://filosofiacritica.wordpress.com/

sexta-feira, julho 23, 2010

ATRAVESSANDO UM PARQUE








Naquele entardecer me assaltou a ambição
de saber com certeza o que era a morte.
Por acaso encontrei um pássaro na neve
e suas penas frígidas me responderam.
A morte é apenas isto, esse frio final
enquanto a chuva cai entre os pinheiros
e a noite se aproxima, rodeada de sonhos.

LÊDO IVO (1988)

sábado, julho 10, 2010




Constatação



O mundo não
cabe num
dia só...

segunda-feira, junho 28, 2010

OS IMBONDEIROS





«O Poeta Sinónides um dia»
Camões




Não eram ratos pendurados de

barrigas loucas. Eram frutos frutos

do imbondeiro. E as casas destruídas

com mortes com incêndios. E Simónides

vendo a morte presente em mim dizia:

Destarte me chegou minha ventura.

E o Capitão Temíscoles gritava:
Cuidado meu cabrão. Aqui há minas.



De que serve às pessoas o lembrar-se

do que se passou já? Mas era Agosto

Angola angústia. Alguns diziam: guerra guerra.

Enquanto uma guitarra se partia

corda a corda por dentro da garganta.



Manuel Alegre

quarta-feira, junho 23, 2010

Aí está novo espectáculo inter-associativo sobre as águas do rio!

http://povoquelavasnorioagueda.blogspot.com/


O imponente espectáculo inter-associativo que Águeda constrói, a cada ano, sobre as águas do seu rio, tem nova edição em 2010. Um musical exuberante, contemporâneo e visual, inspirado no repertório musical de todos os tempos dedicado ao imaginário ribeirinho: “Povo Que Lavas no Rio Águeda”. A 16 e 17 de Julho de 2010, na antiga piscina fluvial, terá lugar mais um evento para a história cultural de Águeda.[ler apresentação integral em http://povoquelavasnorioagueda.blogspot.com/]


POVO QUE LAVAS NO RIO ÁGUEDA2 únicas apresentações: 1

6 e 17 Julho 2010, 22h00
lotação máxima de 1200 lugares por noite
BILHETES À VENDApreço único 3€na Câmara Municipal de Águedana Biblioteca Municipal Manuel Alegrenas Piscinas Municipais de Águedano Agitágueda (a partir de 3 Julho)

HOMENAGEM DO POESIS AO JOSÉ SARAMAGO


JOSÉ SARAMAGO


Uma morte que a história já não apaga. 16 de Novembro de 1922 — Tías, Lanzarote, 18 de Junho de 2010

Um artista emerge das suas profundas contradições, que espelham aquelas mais amplas e representam as angústias existenciais da própria humanidade.
Escritor do mundo, não deixou de ser um profundíssimo português cuja dimensão ultrapassou a dimensão da costumeira mesquinhez Nacional.
Isolava-se em Lanzarote pensando melhor Portugal, como Torga nas fragas transmontanas, lugares onde, a partir de paisagens áridas e belas, se podem encontrar consigo e com o mundo.

Lega-nos uma vasta obra e o único Prémio Nobel da Literatura.

A mim, chega me de tão vasto a leitura do "Memorial do Convento", obra prima da nossa literatura.

Até sempre!

PS: Se os Presidentes da Republica não servem para prestar pleito na hora da morte aos melhores e reconhecidos entre nós, o que fazer com eles??

segunda-feira, junho 07, 2010


Prof. Dr. Eduardo Vitor
próximo convidado no projecto comum (POESIS/IFHS), Encontro com Autores, 19 de junho 17 horas na sede do ifhs/poesis/aidss
Rua da Constituição n.º 814, 5.º andar, sala 29, 4200 - 195 Porto



Entrevista do Nova Araujo, Co fundador do POESIS, ver aqui:


http://www.vozdapovoa.com/noticia.asp?idEdicao=232&id=9088&idSeccao=2126&Action=noticia
"É com muito prazer que anuncio a apresentação do livro de poesia "Bolsa de Valores e outros poemas", do amigo e Poeta Domingos da Mota, ex-colaborador do "lavra...Boletim de Poesia", que vai ter lugar no próximo dia 12 de junho de 2010, sábado, pelas 16 horas, no Ateneu Comercial do Porto.

Envio em anexo o convite e em meu nome pessoal e do poeta, agradeço antecipadamente a vossa presença.

Segue, em linhas gerais a biografia do autor:

Domingos da Mota, de nome completo, Domingos Machado da Mota nasceu a 15 de Dezembro de 1946, em Cedrim, Sever do Vouga. Licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Trabalhou num laboratório da indústria farmacêutica. Reside em V. N. de Gaia. Tem poemas dispersos por colectâneas, revistas, jornais, e em diversos sítios do ciberespaço. Actualiza com mais frequência o blogue http://fogomaduro.blogspot.com."







TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

Ferreira Gullar














NÃO HÁ VAGAS

O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão

O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras

- porque o poema, senhores,
está fechado:
"não há vagas"

Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço

O poema, senhores,
não fede
nem cheira

Ferreira Gullar

terça-feira, junho 01, 2010

GULLAR, PRÉMIO CAMÕES


O poeta e ensaísta brasileiro Ferreira Gullar (n. 1930) foi hoje distinguido com o Prémio Camões, no valor de cem mil euros, por decisão de um júri constituído por Helena Buescu, José Carlos Seabra Pereira, Inocência Mata, Luís Carlos Patraquim, Antônio Carlos Secchin e Edla van Steen (os dois primeiros votaram em Hélia Correia). Uma escolha certeira. O fundador do neo-concretismo brasileiro e autor do celebrado Poema Sujo (1976), tem grande parte da sua obra editada em Portugal pelas Quasi.

segunda-feira, maio 31, 2010

Estar cansado
E esperar por um corpo
Chamado árvore

Desse gigante Adamastor
Que passeia em
Seu alarde

Estar cansado e desesperar
Pelo fim de tarde
Desse amor à beira-mar

Da cavaqueira inútil
E desbravada

Do mundo raiz
Do pensamento

Estar cansado
E desesperar
P`lo romance que nunca vem

Por ti barco sem
Nome tristeza de ninguém

Por ti Alhambra da alma
Em cujo desassossego teimo
Não adormecer.

JPS

terça-feira, maio 25, 2010

Soneto quase inédito

Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.

JOSÉ RÉGIO Soneto escrito em 1969, no dia de uma reunião de antigos alunos.

Tão actual em 1969, como hoje...

E depois ainda dizem que a tradição não é o que era!!!

segunda-feira, maio 24, 2010

Gaivotas em Terra




A minha visão

É uma gaivota

Da tarde

Refugiada

Das agruras do mar

Na terra bravia

Desta cidade



JPS

terça-feira, maio 18, 2010

memória

as manhãs tinham um hálito agradável, um odor a verde e a feno, terra húmida mas serena, impávidos insectos num repouso de folhas e caules e teimosas raízes que subiam árvores e muros e paredes onde viçosos musgos escondiam experiências, instintos e vidas trazidas por ventos brancos e alimentadas por chuvas sem branco. terra revolta, à margem dos canteiros floridos, feridas com sulcos de carruagens, rodas e flores, ouro de sol, prata de fios-d'-água, beijos de saudades, beijos-em-flor, pedras nuas expostas à luz, dispostas a tudo.

do mar se via a terra.

subíamos a ladeira descalça do monte, crepitando inocentes passadas rumo a um previsto e desejado desconhecido. haviam esperanças nas meninas e nos olhos, esbugalhados calhaus, saltitões quietos, palavras sem nome, gritos de silêncio em canto alto; desunidos ramos secos, pasmo espasmo de mãos agarradas à terra.

da terra se via o mar.

ondas, espuma, areia nos cabelos, seiva negra de tão pura sujidade. navios -quem os inventou?- traziam maresias com memórias de nevoeiros descobertos, gelos derretidos em fogo, quentes frios arrepios; infinita saliva.

arremessados paus, galhos de velas desfeitas galgavam margens de asfalto, botes de raiva afundavam águas onde nenhuma caravela nadara, nenhum incauto marinheiro guerreara; paraíso do peixe, sombra do risco, subterfúgio da alma. gaivotas a picar a pele do sonho, vistes?

sim, também nasciam ondas de cravos vermelhos de insuspeitas fontes, promessas de ventos em mudança, um riso sorriso nas palmas das mãos, armas floridas carregando costas nuas, bandeiras desfraldando a liberdade do vento; um rio de gente a caminho.

e o rio unia terra e mar.

***

vieram carros do combate, sem combater o futuro, arrasado o passado, vieram tantos e tantas, anónimas vozes e gritavam, expeliam o silêncio dos corajosos, repeliam a força à força de palavras como estas: que nojo vos turvara a mente?

que carinho nos transformou em gente?

ai!, quem souber desenhar almas que conte! que digam a verdade mentindo, mintam dizendo, enganem a memória, enterrem a história; o mundo vive para além disso. embrulhem as alegres lágrimas em sacos dos vossos lixos; rompidos, incessantemente rompidos, desaguarão os limites da imagem: recordação, tu nunca mentes!

que recordação vos magoou, ó gentes?

voltaram todos do monte, acorreram das serras e dos vales dos vossos sonhos, vieram voando em nuvens de desejo, trouxeram a morte e o beijo, carregaram o espinho e a rosa, acordaram o trovão e a corda, redes, pescadores, rezes, fomes a cheirar ao pão; amassaram os caminhos, corpos pequeninos e passarinhos, abutres também: se a presa é oferecida que mais vos falta para a festa?

e depois do adeus, da solene despedida do morto anunciado, partíamos, ai!, suprema alegria voar o barro, dissipar o catarro, esticar o torpor, matar, sim, matar o ditador!

que morte vos mudou, gente?

sem medos, povos das selvas montes serras rios mares, para além do crime, dizei-me:

que falso carinho vos devolveu a crença?

***

nómadas do esquecimento.

sobre as águas do inferno lavais as lembranças e escolheis o fogo do paraíso para festejar o esquecimento com que suportais a vida: até quando? homéricos poemas à laia de discurso, palavreado belo do engano, mística de cómodo olhar, esbracejar da lassidão; como é breve o tempo que há-de vir, como inutilizastes a memória!

sedentários do nada!

acordávamos felizes. então, sempre que o mar nos trazia um naufrágio de esperanças, acorriamos às areias em busca do remoinho; agora, destruída a caixa de Pandora, afundais-vos em terra solta e das ondas fizestes sepulcros. e com cruzes desenhais madeira.

carpinteiros do artifício!

esquecestes as horas da boa-espera, as madrugadas a fio, as auroras da navalha. esquecestes igualmente as praias e as rochas e as maresias; seguis caranguejos a caminho da solidão. Narcisos sem rumo, espelhos falsificados, anúncios da desgraça.

construtores da armadilha!

longe, muito longe do que é aqui, resistem prados e versos: nem as rimas vos salvarão!

que fizestes das palavras?

***

arautos dizem esquecei! lembrai-vos sempre disso!

recuperai memória, criai história, fazei acontecer! tornai ao âmago das coisas, alimentai-vos do sopro, reconstrua-se a carne: não vos falo do verbo e muito menos do adjectivo, Vaidade! Falo-vos da oração completa: voltai a desenhar as letras...



Luís Nogueira


retirado de"ecos do meu pátio"

sábado, maio 15, 2010








No teu silêncio

falam as árvores

como ramos

ao vento

na mágica ascensão

do teu olhar.


Joaquim Paulo Silva

terça-feira, maio 11, 2010

por email, chegou-nos o POEMA:

A CRISE…

lenta mente

lá vai ela

campos fora

ante

em passinhos

de coelho

silenciosa mente

lá vai ela

como se fosse nada

tudo tira ao povo

de forma mansa

e descarada

entretanto…

amarga e

mansa mente

o povinho

de bandeira em arco

e pensar lento

celebra o Benfica

e o papa bento…

eduardo roseira


11 de maio de 2010

sexta-feira, maio 07, 2010

Texto reproduzido da Revista "Estudo Geral"

Via Láctea



por

Abdul Cadre

O professor Agostinho da Silva, um homem que veio do futuro e possuía dupla nacionalidade (portuguesa e brasileira) COSTUMAVA DIZER que somos estrelas de incomparável brilho. Que pena, termos tanta dificuldade em acreditar nisto. E, no entanto, o brilho vê-se nos olhos quando o peito arde sem constrangimentos.

Mas eis que se torna uma necessidade permanente avivar a chama, visitar o interior, varrer as cinzas e encher o lugar de alegria.
É no mais profundo do peito que nascem e morrem todos os sentimentos. As lágrimas podem lavá-los, mas também molham os bagos de amor que são os carvões da fogueira que nos permite brilhar, prejudicam a combustão, enchem de fumo o nosso entendimento e a tristeza vem e ofusca-nos o olhar.
Ver no outro o brilho verdadeiro que em nós imaginamos chama-se EUCARISTIA – palavra derivada do grego, com o significado etimológico de «o bem do amor» –, sendo que o amor não é nem nunca foi o que o homem pós-moderno diz, mas aquilo em que ele não quer acreditar. É por isso que falar de fazer amor, como se amor fosse artesanato, confundindo apelos da alma (que traz amordaçada) com ânsias da carne (que traz à rédea solta); dar-se ao outro pelo outro é-lhe completamente incompreensível. O TER infectou-o tanto por dentro que o SER, cada vez mais angustiado, se afasta cabisbaixo pela estrada da mágoa e da tristeza.

O amor – não uma sua qualquer particular manifestação menor – é a negação da morte, como se diz com mestria no soneto de Antero de Quental intitulado «Mors – Amor», quando o corcel negro diz «eu sou a morte» e o cavaleiro lhe responde: «eu sou o amor».

É certo que no preciso momento em que nascemos começamos a morrer e que em todos os dias desta nossa peregrinação nascemos e morremos continuamente. Afinal, viver talvez seja matar a morte de cada dia.
Quando as estrelas, em vez de brilharem, se ofuscam, tendem a colapsar sobre si mesmas. É isto que acontece ao homem preocupado apenas com o seu umbigo. Ávido de prazer, ele desconhece a alegria e julga poder afastar a dor; não pode, a dor é uma inevitabilidade, o que é opcional é o sofrimento, que é o carrasco da alegria.

Como imagem para o nosso colapso de estrelas que não ousam sê-lo, olhemos algo que se pôs de moda, fazer implodir velhos edifícios para dar lugar a outros, presumidamente melhores. O colapso do homem velho seria, nesta condição, uma coisa boa, isto é, se melhor construção viesse, mas enquanto vivermos de fora para dentro, tenhamos a certeza que nem aos caboucos meteremos ferro, antes veremos embargada a construção do homem novo, tão desejada em tempos de exaltação, tão tumular em tempos de apatia. A construção do homem novo, daquele que há-de viver de propósito e brilhar por condição, que viverá de dentro para fora, com o peito a arder, é uma promessa de vida e de futuro.

Podemos antever isso, sempre que em noite amena e estrelada nos deitemos em chão despido, extasiados com a Via Láctea, a que pertencemos.
Publicada por estudo geral

"Estudo Geral

Uma Revista que se pretende livre, tendo até a liberdade de o não ser. Livre na divisa, imprevisível na senha. Este "Estudo Geral", também muito virado à participação local, lembra a fundação da primeira Universidade em Portugal, lá longe no ido século XIII, no reinado de D. Dinis. Conselho Editorial: António Tapadinhas, Diogo Correia, Luís Gomes, Luis Santos, Manuel João Croca e Raul Costa.


Estão participando: Paula Soveral, Abdul Cadre, Margarida Castro, Leonel Coelho, Paulo Borges, Luis Santos, António Tapadinhas, Diogo Correia, Manuel João Croca, Luís Mourinha, Luís Guerreiro, Ângelo Cristóvão, Eduardo Espírito Santo, Raul Costa, Agostinho da Silva, Alexandra Viegas, Luís Gomes, Fernanda Bião, José Miguel, João Raposo Nunes, Chrys Chrystello, Abilio Pacheco. "

terça-feira, maio 04, 2010

Celeiro



Nunca partirei
se não guardar
a casa
no alforge


João Manuel Ribeiro

sexta-feira, abril 23, 2010


Neferkheperura Waenra Akhenaton - Amenhotep IV

(cerca de 1350 a.C.)

Segundo filho de Amenhotep III com Tiya, o faraó Akhenaton é considerado, por uns, como visionário, revolucionário e idealista; por outros, apenas como herético. Poeta e reformador das artes, a verdade é que ele foi responsável por um dos mais importantes momentos da História do antigo Egito.

É por seu intermédio que pela primeira vez a história da humanidade registra a adoção de um deus único, ou seja, é o primeiro momento conhecido em que o homem adota a figura do monoteísmo. Seu deus Aton era representado fisicamente pelo disco solar.

Fundou uma nova capital, à qual deu o nome de Akhetaton (Horizonte de Aton). Abandona a então capital Tebas, e vai com sua corte habitar a nova cidade-capital, que teve a duração de somente 12 anos aproximadamente.

Akhenaton reinou por cerca de 17 anos, vindo a falecer de forma até agora desconhecida. Embora alguns estudiosos afirmem que sim, até agora não há qualquer dado concreto referente a uma possível descoberta de sua múmia.

Com sua morte, acaba a reforma religiosa, que obteve repercussão no campo artístico e político.

Como conseqüência dessa nova concepção religiosa, o antigo Egito foi palco de uma profunda revolução dos tradicionais cânones artísticos de então, adotando características do realismo e do naturalismo. A partir desse momento, a imagem atlética do faraó é negada, passando então este a ser representado com suas características naturais, às vezes até de forma exagerada, beirando a caricatura. As cenas comuns retratadas referem-se àquelas do seu convívio cotidiano com a família, no palácio ou em adoração ao novo deus Aton.

Casado com Nefertiti, teve seis filhas, sendo que também lhe é atribuída a paternidade de Tutankhaton/Tutankhamon, que seria seu filho com a segunda esposa de nome Kiya.

Fonte: http://br.geocities.com/soldeamarna/



O Instituto de Filosofia Luso-Brasileira e o Centro de História da Cultura (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa), em parceria com outras entidades, irão promover um Colóquio que assinalará o Centenário do Nascimento do Filósofo Miguel Reale (1910-2006), sob o tema geral:
“Miguel Reale e o pensamento luso-brasileiro”.

O Colóquio irá decorrer entre os dias 8 e 12 de Novembro deste ano de 2010, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e está aberto a propostas de Comunicação, sobre os seguintes temas:

Filosofia luso-brasileira
Cultura e Culturalismo
Filosofia do Direito e Teoria da Justiça
Estética
Verdade e Conhecimento
Ética e Axiologia
Antropologia

Ontologia



segunda-feira, abril 05, 2010

Os Novos Bárbaros

(Na esteira de Agostinho da Silva)

Escrevia, Agostinho da Silva, sobre os bárbaros, novos, aproximando-se o dealbar do século XX, como consequência da degradação do projecto ideológico/moral do século XX. Projecto assente na limpeza dos conteúdos clássicos, e dos valores de humanismo, dos programas escolares, e dos projectos culturais.

A cedência ao facilitismo, à tecnologia, ao vazio ético/moral, às ideologias de limpeza do lastro passado, abriram caminho a novas gerações sem referenciais sobre a história, a urbanidade e a necessidade civilizadora para a sobrevivência da humanidade.

A escrita fácil, a desvalorização da profundidade do pensamento, na literatura, na filosofia, na cultura em geral, por uma nova “onda”, light, rápida e pronta a servir, emergindo de um vácuo de ideias e de referências, traduz-se na barbárie vivida em grupo, em multidão, ou no mundo virtual da net.

A experiência profunda da humanidade denegrida, ferida, da humanidade que pensa, cria artefactos, e se renova intelectualmente, pela nobreza do drama, vencendo os ismos todos, desaparece, pois com ela vão todos e todas cujo pensamento substanciou a resistência ao facilitismo no pensamento, na política, na cultura, na ciência e na arte.

Os novos bárbaros estão aí, cheios de informação, mas nulos de pensamento autónomo e liberdade criadora, insensíveis à relação substancial humana, sobre a qual se fundou a civilização da existência, do progresso, das liberdade e da tolerância, capaz de barrar o passo ao maior totalitarismo da história: o Nazismo.

Joaquim Paulo Silva

Novos Cursos: Centro de Estudos Agostinho da Silva

quinta-feira, abril 01, 2010



ben ammar
nesta páginas está preso:
o branco no branco,
o negro no negro.


Luís Pignatelli (uma homenagem particular)

sexta-feira, março 19, 2010












O poeta que viveu na rua




"Teresa Lima
Publico. Portugal, 22 de outubro

Não ter medo de ir até ao limite do ser? Ou antes, não ser capaz de resistir ao abismo? Escolher uma liberdade total? Ou desistir de lutar por uma vida de afectos?... Perguntas que não poderão ter respostas objectivas. Sebastião Alba é poeta e morreu atropelado. Viveu quase vinte anos nas ruas de Braga. Porque quis? Ou porque a vida não lhe deu outra opção?

Depois de ter tomado um copo no bar da CP, em Braga, encaminhou-se para a linha, onde o comboio aguardava vez para arrancar. Eram talvez sete da manhã. Tocou no braço do amigo antes de este entrar na máquina e arranjou-lhe o nó da gravata. Já o podia deixar partir. Ele por ali ficou, com as roupas desalinhadas e o rosto de mendigo.
Sebastião Alba, o pseudómino de Dinis Carneiro Gonçalves, foi uma das últimas vítimas conhecidas de atropelamento em Braga. Morreu há oito dias, segundo versão oficial, na rodovia, junto à Bracalândia. Ironia do destino, costumava dizer que morreria de muita coisa, mas nunca atropelado. A vida acabou na sequência de um embate com "um selvagem motorizado" (assim apelidava os condutores), que se pôs em fuga. Sebastião Alba é (porque estes não morrem) poeta, e foi um sem-abrigo por opção. "Fui/ hóspede desta mansão/ na encruzilhada/ dos meus sentidos", escreveu num dos seus poemas, um dos que lhe valeram o prémio literário ITF. O dinheiro do prémio teve o mesmo destino que os direitos de autor pelos livros editados: as duas filhas. Há quase vinte anos que vivia nas ruas de Braga e fazia-o com a perfeita consciência de quem assume uma ruptura total com o mundo.
Para muitos, Sebastião Alba não era mais do que o mendigo que se metia com as pessoas na paragem do autocarro. Algumas desconfiavam de tanta marginalidade, mas outras foram aprendendo a conhecê-lo e a dar-lhe uns "bons dias" casuais. "É esta a imagem que tenho dele: na paragem do autocarro", conta Henrique Barreto Nunes, director da Biblioteca Pública de Braga. "Parecia ser um homem de uma profunda amargura com a vida, mas que se encantava com a música, as crianças, a beleza de uma mulher".
"É um poeta da alma, no sentido em que a vida e a poesia lutam entre si", pormenoriza o actor António Fonseca, que ocasionalmente se cruzou com Alba na rua. Também Fonseca sublinha esse encanto "adolescente", que persistia em Sebastião Alba, apesar do voltar de costas a uma vida dita normal. Andava sempre acompanhado de uma garrafa, uma harmónica e um rádio "sintonizado na Antena 2", lembra José Manuel Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Escritores (APE), que acompanhou muito de perto os últimos anos do poeta.
O mais surpreendente em Sebastião Alba talvez seja isto mesmo. Rompeu com o mundo, mas continuou a acompanhar as notícias. Ocupava o pensamento com "compassos inteiros de música e trechos do Zaratrusta", recorda Mendes. O Super-Homem de Nietszche terá vencido em Alba? Poder-se-á ser livre, totalmente livre, sem amarras? "O Alba é alguém que andava liberto de quaisquer teias, ainda que levasse uma existência que não era de felicidade", considera o presidente da APE. "Era livre porque não se sentia condicionado por nenhum mecanismo moral", assume Barreto Nunes. "A maior parte das pessoas foge a ser assim e refugia-se noutras coisas", completa António Fonseca.
Sebastião Alba era o poeta marginal total. Em 1996, escrevinhou ao seu amigo e também poeta Vergílio Alberto Vieira: "Fui longe de mais dentro de mim". Talvez seja esta a frase que melhor sintetiza a sua vida. "Ele tinha a consciência de que o facto de ter enveredado pelo alcoolismo, de viver só e no submundo, era ir longe de mais", admite Vieira. "Nesta escolha, há uma imensa carga de contradição, de que ele era mais vítima do que sujeito". Guarda fielmente um emaranhado de papéis, "escritos sei lá em que condições", do seu amigo. Estas folhas eram deixadas repetidamente por Alba na sua caixa do correio. Muitas dessas palavras poderão, um dia, ser ordenadas em páginas limpas e desenrugadas. É esta, pelo menos, a esperança do poeta bracarense. Aguarda-se que as instituições se interessem genuinamente por uma obra desconhecida. Enquanto tal não acontece, a editora Campo das Letras, do Porto, promete editar uma antologia da obra de Sebastião Alba, que escrevia "com uma lucidez de cortar à faca", resume Vergílio Alberto Vieira.
Está aí o Dia Mundial da Poesia - 21 de março

Compre, leia, olhe deseje poesia...alimenta a alma, cresce a dádiva e o ser.




















por um triz


Todas as noites me despeço
de mim. O dorso afunda-se.
O bulício, os relógios
prosseguem por fora.
Nenhum antegosto
ou prelúdio do fim.
Minha energia
aflui, reúne-me? Na órbita
do sono, some-se e resplandece
a máscara mortuária.


Sebastião Alba

sexta-feira, março 05, 2010

A Universidade do Porto, em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, a Câmara Municipal do Porto e a Câmara Municipal de Amarante, tem a honra de convidar Vossa Excelência para o primeiro evento do Ciclo de Comemorações do Centenário da Revista A ÁGUIA:

“Nos 100 anos d’ A Águia e da República”

Palacete dos Viscondes de Balsemão

9 de Março de 2010, 18h30

Pedro Baptista: “A REPÚBLICA: DO PENSAMENTO À ACÇÃO”

José Carlos Seabra Pereira: “OS NINHOS E OS VOOS D’A ÁGUIA

Fernando Guimarães: APRESENTAÇÃO DO Nº 5 DA NOVA ÁGUIA

Instituto de Filosofia da FLUP

Research Group

“RAÍZES E HORIZONTES DA FILOSOFIA E DA CULTURA EM PORTUGAL”




quinta-feira, março 04, 2010


Sexta 12 Março 2010 | 21h45
ÁGUEDA, Cine-Teatro São Pedro
Bernardo Sassetti Trio
http://www.youtube.com/watch?v=j86JrpdponM&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=sE-7L3Q-Ljg

Um piano às mãos de Sassetti não é um piano, é a própria música! Com formação clássica, Bernardo enveredou por uma carreira de pianista de jazz e só mais tarde, como sublime compositor, se descobriu na música para cinema. Se tanto na cena nacional e internacional a obra de Sassetti tem merecido louvores de primeira linha, em Portugal os seus concertos são raras oportunidades. Águeda vai ter uma delas. Bernardo Sassetti regressa ao palco do Cine-Teatro São Pedro, agora em trio com Carlos Barreto (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria), os seus mais telepáticos parceiros, na semana de lançamento do novo disco “Motion” em Lisboa, Porto e Águeda.




Madrigal


Diana.

Deusa e porcelana.

Leviana
luz, de a perseguires.

Na alva. Na íris
do teu cervo azul.

Leviana. Leviana...
E o açule. E o açule.


Jorge Amorim


WORKSHOP DANÇA & TEATRO (CRIANÇAS)

+ WORKSHOP TEATRO (ADULTOS)

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

"da água toda", Poesia de Maria Mamede Horário: 20 fevereiro 2010 de 21:30 a 23:45
Local: Clube dos Fenianos Portuenses
Organizado por: edium editores/ Clube Fenianos Portuenses

Descrição do evento:
a edium editores e Maria Mamede, tem a honra de vos convidar a estarem presentes no lançamento do livro de poesia "da àgua toda", que contará com a apresentação de António M. Oliveira e a aninação de José Rui Lopes Fernandes, que acompanhará a leitura dos poemas com composições à flauta.


Ver mais detalhes e RSVP em ARTES E DIVULGAÇÕES:
http://artesedivulgacoes.ning.com/events/event/show?id=3575282%3AEvent%3A828&xgi=54ngscZfjWDEFK&xg_source=msg_invite_event

quarta-feira, fevereiro 10, 2010



A Rosa de Sebastopol
, Sunday Times Bestseller e The Richard & Judy Best Read of the Year, é um romance histórico magnífico em que, segundo a crítica internacional «os leitores ficarão tão absorvidos nesta leitura que é com amargura que vêem chegar o fim.»