O POESIS afirma-se como um Projecto Cultural Total. Como um espaço aberto, desinibido de barreiras disciplinares ou outras, visando a promoção de projectos culturais inovadores, que englobem, não apenas uma área específica, mas o universo dos saberes e das culturas, num atitude de partilha e síntese, de historicidade e ética, de arte e ciência, de reconciliação humana e visão cósmica.
I
Um pranto. Uma pena. Um poeta.
E choramos, nunca tanto,
por quem ousa
intenta libertar-nos
do que nos resta.
II
O som do caminho
passa
e nós com ele
a arrastarmos a vida baça.
III
Há rumores...
Um tempo de medo e cobardia.
Afia soldado, afia, teu cabo e espada
cordel como lança e cabelos
ao vento na crina
aguardam o seu tempo.
Há rumores soldado... sobre
o teu rosto limpo, por quem
os cobardes suspiram a medo.
IV
Os teus olhos reflectem
os dedos afagando-se
em segredo.
A medo o corpo
entreabre a blusa
um suspiro
antes do seu degredo.
V
Todos os dias nascem
filhos da luz de
Manes gigantes descendem
Todos os dias
encarcerados nos vitrais tecnófilos
o passado morre na vitrina e o futuro
apodrece no telejornal.
VI
Serve-me a sopa
gentil senhora.
Dá-me o pão,
comunguemos a mesa
mesmo que pura ilusão.
Sem comentários:
Enviar um comentário