Nas árvores, troncos de bolhas
cresceste, minguaste mulher,
vestida de ramos e folhas.
E há troncos, relva, vielas
coxas abertas, sexo
pernas, rins e folhas amarelas,
gotículas de outono sem nexo
escorrendo no ventre. ladeando
o sexo agressivo impúdico
da árvore mulher vagando
o olhar redondo e lúbrico
ao redor do sempre, do quando
ao redor do sempre, do quando
do tudo e do nada telúrico.
José Costa e Silva in O Último Poema