Nas árvores, troncos de bolhas
cresceste, minguaste mulher,
vestida de ramos e folhas.
E há troncos, relva, vielas
coxas abertas, sexo
pernas, rins e folhas amarelas,
gotículas de outono sem nexo
escorrendo no ventre. ladeando
o sexo agressivo impúdico
da árvore mulher vagando
o olhar redondo e lúbrico
ao redor do sempre, do quando
ao redor do sempre, do quando
do tudo e do nada telúrico.
José Costa e Silva in O Último Poema
2 comentários:
Caro amigo Joaquim, agradeço em nome do Fernando Peixoto e no meu próprio, a tua mensagem deixada no ChavedaPoesia, o local onde depositamos juntos tantas partículas de Saudade e Afeto sob a sintonia mágica do mais amplo enleio. Não é só portuguesa esta expressão, garanto-te, e dele dou o mais contundente testemunho pois não tem fronteiras o sentimento humano. Imersa na perplexidade, agradeço aos Céus tudo que juntos compusemos numa fusão anímica inenarrável, de tão rara.
Gratíssima, deixo aqui um forte abraço. Sylvia Cohin
Obrigado devolvo com odesejo que a semente que os dois publicaram não feneça em honra do Fernando Peixoto.
Abraço
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