quinta-feira, janeiro 15, 2009

OS DIAS E AS NOITES




I


Escrevo ao longe os dias e as noites
no papel barato do rascunho, e
nos invariáveis contornos do desenho livre
em madrugadas claras tranco-me no teu círculo
enrolo-me nos seus raios
à espera de me acomodar e
adormecer sobre o diâmetro
estendo-me nele, esticando as pernas,
e prendo-me na elipse
que se alongou no meu espreguiçar.

Estendo as mãos e
os dedos espalham-se para roçar a tua pele,
estremeço e baloiço os braços
para não te deixar para longe do meu peito;
no desequilíbrio das linhas
rasgo dois arcos medidos nos graus
que se retalham na amplitude do abraço,
para te coroar no topo da hipérbole.

Ao encontrar a parábola,
estava perdido de mim e
do papel principal;
não mas adormecerei sobre o diâmetro
nem me tentarei pelas hipérboles;
não lutarei por um papel na tua parábola
nem rasgarei a geometria do poema.


José Costa e Silva, Poesis, Janeiro 2009

2 comentários:

Anónimo disse...

Amigos são flores...
São flores plantadas ao longo
de nosso caminho para que
possamos encontrar a
primavera o ano todo.
Beijos repletos de carinhos!Um feliz domingo ofereço meu award.

Anónimo disse...

O amigo ama em todo tempo.
Obrigada por nos
presentear com sua amizade.Um feliz Domingo ,Evanir ,Lucilene e Neinha.
Obs:oferecemos nosso award e lembraça do blog com amor e carinho.